Laranja mecânica
interessante pensar o filme “Laranja mecânica” com base em teorias psicológicas, como a Psicanálise (fundada por Sigmund Freud) e o Behaviorismo (no presente caso, o Behaviorismo Clássico ou Metodológico, de Watson), mesmo que se firme em idéias superficiais (meu conhecimento sobre tais teorias, na época, não me permitiam grandes reflexões).
Ao som de Beethoven e outros clássicos, deparamo-nos com as cenas do polêmico filme Laranja Mecânica (“A clockwork orange”, 1971), do diretor Stanley Kubrick. Um horrorshow, usando um próprio termo de Alex (Malcolm McDowell), ou uma realidade que preferimos taxar como inexistente, por ser tão difícil de admitir? Tentaremos abordar alguns de seus principais aspectos, sobre a ótica da psicanálise e do behaviorismo.
Um bêbado, quatro jovens e a noite silenciosa, importunada apenas pelos cantos do velho bêbado. “A lei e a ordem não existem mais”, podemos retirar de seu discurso contra a sociedade vigente (uma sociedade hipotética do século XXI), que “permite” que as gangues possam agir livremente, pois, como o velho diz, não existe mais ordem nem leis. Alex e seus “drugues” (gíria originada do russo ‘droogs’, que designa um grupo de jovens delinqüentes) agiam, então, como bem desejavam.
Vindo de uma família aparentemente de classe média, na qual os pais não sabiam do que se passava com ele ao cair da noite, julgavam estar ele trabalhando; um rapaz com gostos excêntricos na arte e nas palavras; fanático por Ludwing Van, enfim, essa é uma parte do protagonista Alexander Delarge, que age sem escrúpulos até mais ou menos os 43 minutos de filme, que é quando é traído por seus “druguinhos” e se vê preso. A prisão significaria para ele deixar de cometer tais atos de violência, talvez não em pensamento, deixar de cometer a “velha ultraviolência” diária. Logo, usa de todos os meios para que sua pena seja reduzida: vira um adepto da Bíblia, o Bom Livro, não deixando de ter pensamentos