lallalala
- Pobre Lady Brandon! Está a ser muito severo com ela, Harry! - comentou Hallward, um pouco distraído.
- Meu caro amigo, ela tentou abrir uma sala de recepções, e o que conseguiu foi abrir um restaurante. Como poderia sentir admiração por ela?
Mas, afinal, o que lhe disse de Dorian Gray?
- Ah, coisas como "Rapaz encantador... eu e sua pobre mãe éramos absolutamente inseparáveis. Esqueci completamente o que ele faz... parece-me que não faz nada... ah, sim, toca piano... ou é violino, meu querido Mr. Gray?"
Nem ele nem eu pudemos deixar de rir, e ficámos logo amigos.
- O riso não é nada um mau começo para uma amizade, e é de longe o seu melhor final - disse o jovem lorde, arrancando outro malmequer.
Hallward abanou a cabeça, discordando.
- Você não sabe o que é a amizade, Harry - murmurou ele -, nem mesmo a inimizade. Você gosta de toda a gente, o que significa que todos Lhe são indiferentes. - É muito injusto comigo! - exclamou Lord Henry, puxando o chapéu para trás e erguendo o olhar para as nuvenzinhas de verão que, como meada de seda branca já desfeita, flutuavam pelo vazio azul-turquesa do céu. - Sim, tremendamente injusto. Eu estabeleço uma norma para diferenciar bem as pessoas. Escolho os amigos pela beleza, os conhecidos pelas qualidades de carácter, e os inimigos pelas de inteligência. Todo o cuidado é pouco na escolha dos inimigos. Não tenho um