Laga Laga
Logo no início do romance, já há um traço europeu em que o autor cita os ingleses: “Sabe que sou o homem o menos pontual que há neste mundo; entre os meus imensos defeitos e as minhas poucas qualidades, não conto a pontualidade, essa virtude dos reis, e esse mau costume dos ingleses.”
Outro traço da europeização que é facilmente notado no começo do romance, é o padrão de beleza europeu que é citado pelo eu lírico diversas vezes, como nos trechos: “De repente veio-me uma idéia. Se fosse feia! se fosse velha! se fosse uma e outra coisa! Fiquei frio, e comecei a refletir. Esta mulher, que sem me conhecer me permitia o que só se permite ao homem que se ama, não podia deixar com efeito de ser feia e muito feia.”
“É decerto por esta mesma razão que Deus só dá à mulher linda esse tato delicado e sutil, esse gosto apurado, que sabe distinguir o aroma o mais perfeito.
Já vê, minha prima, porque esse odor de sândalo foi para mim como uma revelação.
Só uma mulher distinta, uma mulher de sentimento, sabe compreender toda a poesia desse perfume oriental, desse hatchiss do olfato, que nos embala nos sonhos brilhantes das Mil e uma Noites, que nos fala da Índia, da China, da Pérsia, dos esplendores da Ásia e dos mistérios do berço do sol.”
José de Alencar também cita obras e artistas europeus em seu livro, sendo esse um outro traço de europeização no país, com pode-se notar nos trechos :“A todo momento parecia-me ouvir na brisa da noite essa frase do Trovador, tão cheia de melancolia e de sentimento, que resumia para mim toda uma história.
Desde então não se representava uma só vez esta