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Quarta-feira, 13/08/2014, às 17:13, por Amelia Gonzalez
Ebola é o vírus da pobreza e escancara a desigualdade, mal do século

Profissional da saúde, usando proteção especial, dá água a mulher com ebola, em um centro de tratamentos para infectados no Hospital Governamental de Kenema, em Serra Leoa“Não devemos esquecer que esta é uma doença da pobreza, dos sistemas de saúde deficientes e de desconfiança". A declaração é de Peter Piot, cientista belga que há 40 anos descobriu o vírus Ebola numa aldeia africana. Tanto tempo depois, mais uma epidemia causada pela ação do vírus já matou cerca de mil pessoas, segundo a Organização Mundial de Saúde, em três países do continente que já foi visto, nos anos 60, como o mais promissor do “Terceiro Mundo”.

Colonizada até o fim da II Guerra, a África passou a ser uma promessa quando se viu independente, caminhando sobre as próprias pernas. Mas, já era tarde. O comércio de escravos e os muitos saques sobre seu subsolo riquíssimo em minerais tornaram o continente vulnerável. Para completar, catastróficas gestões governamentais, com ditadores economicamente analfabetos, mais interessados em encher o próprio bolso do que em administrar bem o território.

E a África, hoje, ainda por cima, sofre a ameaça de eventos causados pelas mudanças climáticas. Níger, um dos países mais pobres do mundo, segundo o último relatório de desenvolvimento humano do PNUD (Programa das Nações Unidas), enfrenta uma seca seríssima praticamente a cada dois anos. Aliás, os últimos seis países no ranking do IDH estão no continente africano. Entre eles, Serra Leoa, um dos afetados pela atual epidemia de Ebola.

A África reflete sintoma de uma civilização doente, acredita o professor Evandro Vieira Ouriques, coordenador do Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Psicopolítica e

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