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2. A construção do mundo social
Todos pensamos sobre o mundo social. Tentamos compreender os comportamentos dos outros, o que os levou a agir de determinada forma, e tentamos também antecipar como reagirão às nossas ações. Tentamos por exemplo imaginar que tipo de comportamento impressionará uma pessoa pela qual nos sentimos atraídos ou convencerá os elementos de um grupo a aceitar as nossas propostas. Assim, a forma como pensamos acerca dos fenómenos sociais determina o nosso comportamento.
Como formamos impressões sobre as pessoas que conhecemos? Como escolhemos os nossos amigos? O que nos faz preferir um produto em detrimento de outro? Que fatores influenciam as nossas escolhas ao longo da vida?
Quando vos perguntam em que estão a pensar, normalmente sabem responder. Acham que sabem o que se passa na vossa mente: muitas vezes consiste num pensamento consciente que conduz a outro, de forma ordenada. Mas essa não é a única forma de a vossa mente trabalhar, nem na verdade é a forma habitual. A maioria das impressões e dos pensamentos surgem na vossa experiência consciente sem que saibam como é que foram lá parar. Não conseguem traçar o modo pelo qual acabaram por acreditar que há um candeeiro sobre a secretária à vossa frente, ou como detetaram um indício de irritação na voz da vossa esposa, ao telefone, ou como conseguiram evitar uma ameaça de acidente na estrada, antes de se terem consciencializado dela. O trabalho mental que produz impressões, intuições e muitas decisões prossegue em silêncio na nossa mente.
Daniel Kahneman, Pensar, depressa e devagar, p.10
Quatro processos básicos formam a base do nosso pensamento em geral e concretamente do nosso pensamento social: atenção, interpretação, julgamento e memória.
Atenção: selecionar a informação.
A nossa atenção é limitada, isto é, de toda a informação constantemente disponível aos nossos cinco sentidos, apenas podemos focar-nos em uma pequena parte