Kiriku x Filosofia
O filme Kiriku e a feiticeira conta a história de uma criança que desafiou até mesmo o “sábio” da aldeia onde vivia, em busca de encontrar respostas para suas indagações. Nós podemos relacionar esse “sábio” como um sofista da época de Sócrates, que não se permitia encontrar as verdadeiras respostas para as perguntas e contentava-se em passar bons argumentos para convencer as pessoas que o procuravam.
Já no início do filme, Kiriku já tem um comportamento de um filósofo, pois assim que nasce ele demonstra a sede pelo conhecimento que há dentro dele. Ele incentiva as pessoas da aldeia a saírem do comodismo que eles viviam, pois esse era o motivo deles estarem sofrendo por causa de Karabá. Até então, não havia existido ninguém com tanta coragem e intrepidez para chegar à frente da feiticeira e perguntar a razão dela ser tão malvada e cruel.
Podemos relacionar essa coragem e intrepidez com a alegoria do Mito da Caverna, em que Kiriku sai do mundo das sombras e tenta trazer luz até o povo da aldeia onde vivia, porém, quando tenta mostrar essa luz, as pessoas pensam que ele é louco, pois elas não acreditam que poderiam vencer a temível feiticeira Karabá.
Kiriku não se importa com o que as pessoas dizem ou pensam ao seu respeito. O que importa pra ele é a busca das respostas para as diversas indagações que o aflige. Um exemplo disso é quando ele chega até a fonte que estava seca e resolve entrar no canal que fornecia água, para descobrir a causa da falta de água em sua tribo. Porém, uma mulher que estava cozinhando no local, tenta para-lo, mas ele não dá ouvido a ela e continua a sua busca pela resposta. Chegando mais fundo no local, descobre que a causa real da fonte ter secado era um bicho que estava sugando toda a água, e não um feitiço de Karabá. Logo, ele espeta o tal e a fonte volta a jorrar água para admiração de todos.
Certa feita, a mãe dele diz que só seu avô, o sábio da montanha,