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O trabalho durante a Antiguidade e a Idade Média Durante a antiguidade estabeleceu-se uma divisão qualificativa dos diferentes tipos de trabalho, entre trabalhos manuais e intelectuais. Os trabalhos braçais e manuais foram considerados desprezíveis, consideradas equivalentes às atividades animais. Valorizou-se a atividade intelectual, própria dos homens que podiam se dedicar à vida cidadã; como explica Aristóteles (384, Estagira, Macedônia, 322 a.C.),filósofo grego que publicou a enciclopédia da antiguidade nos livros A Retórica, A poética, A Política, Ética para Nicômaco, Metafísica, Das partes dos Animais, etc. : “A utilidade do escravo é semelhante à do animal. Ambos prestam serviços corporais para atender às necessidades da vida. A natureza faz do corpo do escravo e do homem livre de forma diferente. O escravo tem corpo forte, adaptado naturalmente ao trabalho servil. Já o homem livre tem corpo ereto, inadequado ao trabalho braçal, porém apto à vida do cidadão.
Os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios (estes tipos de vida são ignóbeis e incompatíveis com as qualidades morais); tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer (ócio) é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas.”
ARISTÓTELES. A Política. cap. II, 12546b. e cap. VIII, 1329a.
Na Idade Média, pouco desta concepção mudou. Todavia o trabalho passou a ser considerado um “bem árduo”, necessário à evolução do homem, conforme referia São Tomás de Aquino, filósofo e teólogo cristão. A novidade era que o trabalho braçal seria uma forma de provação e fortalecimento espiritual em busca do Reino do Céu.