Karl Marx
Introdução Vimos até agora que o pensamento sociológico, em seu desenvolvimento, abordou níveis diferentes da realidade. Sabemos que, se iluminarmos uma mesa cheia de objetos com luzes de diferentes cores, partindo de diversos focos, estaremos produzindo imagens distintas dos mesmos objetos. Nenhuma delas, entretanto, é desnecessária ou incorreta. Cada uma delas “põe à luz” ou privilegia determinados aspectos. Assim também acontece com as teorias científicas e, entre elas, as sociais. O método positivista expôs ao pensamento humano a idéia de que uma sociedade é mais do que a soma de indivíduos, que há normas, instituições e valores estabelecidos que constituem o social. Weber, por sua vez, reorganizou os fatos sociais “à luz” da história e da subjetividade do agente social. Agora falaremos de Karl Marx e do materialismo histórico, a corrente mais revolucionária do pensamento social nas conseqüências teóricas e na prática social que propõe. É também um dos pensamentos mais difíceis de compreender, explicar ou sintetizar, pois Marx produziu muito, suas idéias se desdobraram em várias correntes e foram incorporadas por inúmeros teóricos.
Karl Marx
Nasceu na cidade de Treves, na Alemanha. Em 1836, matriculou-se na Universidade de Berlim, doutorando-se em filosofia em Iena. Foi redator de uma gazeta liberal em colônia. Mudou-se em 1842 para Paris, onde conheceu Friedrich Engels, seu companheiro de idéias e publicações por toda a vida. Expulso da França em 1845, foi para Bruxelas, onde participou da recém-fundada Liga de Comunistas. Em 1848 escreveu com Engels O manifesto do partido comunista, obra fundadora do “marxismo” enquanto movimento político e social a favor do proletariado. Com o malogro das revoluções sociais de 1848, Marx mudou-se para Londres, onde se dedicou a um grandioso estudo crítico da economia política. Marx foi um dos fundadores da Associação