Karl marx

MEU BOM VELHINHO, LIÇÕES DA VIDA

Ir à Cidade e ainda sozinha, nunca foi uma vontade propriamente minha, havia certa resistência. Para falar a verdade, se tivesse que escolher entre ir ou não, com certeza a última opção seria a minha, porém nem sempre acontece como desejamos. Quando era criança, me lembro do meu avô, Alfredo Oliva, que saudade que tenho! Era filho de italianos, portanto tinha ideias um tanto conservadoras e tratava o cuidado e o zelo por seus entes queridos com muita diplomacia. Quem me via sair com ele, achava uma graça, pois lá íamos os dois, caminhando lado a lado e ele segurando sempre no meu pescoço como se estivesse me guiando. E não era que estava mesmo! Como eu disse antes, era um homem que zelava pela família, pois esta era o seu maior patrimônio, deste modo, teimava em guiar-nos pela estrada da vida. Certo dia, quando estávamos ainda em casa, meu querido vovozinho me perguntou: − Filha, você quer beber um guaraná no bar da Dona Eunice? Dona Eunice era uma senhora não tão idosa que tinha um pequeno barzinho perto de nossa casa, ele gostava muito de ir para lá, pois aproveitava para refletir sobre sua vida, então de vez em quando me convidava para compartilhar esse momento. Como era bom. É válido ressaltar que era difícil sairmos sozinhos, meu avô não gostava de sermos entregues ao mundo desta forma, tinha certo receio, todavia era costume de sua família um acompanhar o outro. Conforme fomos crescendo e descobrindo os valores e as mudanças destes, era complicado para meu bom velhinho compreender e aceitar, com isso, conflitos e desentendimentos ocorriam constantemente. Embora mudanças sejam necessárias, válidas e imprescindíveis, entendê-las e aceitá-las também são, na maioria das vezes, difíceis. Entretanto, compreendendo que os costumes existem e as mudanças são inevitáveis, rompendo contudo gerações e se