Karipuna
História
Sobre a história mais geral da região, cabe enfatizar que, no palco comum do Oiapoque, diversas etnias indígenas, pertencentes aos troncos lingüísticos Aruak, Karib e Tupi, desde o século XVI conheceram o contato com os europeus, com suas diferentes nacionalidades e intenções: franceses, portugueses, holandeses, ingleses, membros de expedições missionárias, comerciais, armadas, científicas. Cada qual, entre nativos e estrangeiros, de acordo com as contingências e interesses próprios, estabeleceram alianças, trocas ou fizeram guerras. Nesse processo, ao qual, nos séculos subseqüentes, uniram-se populações negras refugiadas ou alforriadas, bem como grupos indígenas foragidos de perseguições, algumas etnias indígenas desapareceram, outras fundiram-se ou foram incorporadas em grupos maiores, outras ainda se formaram, processos que geraram os atuais povos indígenas do Uaçá. Particularmente, a população Karipuna do Curipi resulta assim da fusão de diversas etnias.
Foi apenas no século XX que os grupos do Uaçá conheceram uma presença mais constante do governo brasileiro, bem como de órgãos missionários. Essa história mais recente foi fundamental para a elaboração de uma identidade conjunta atualmente compartilhada por esses grupos. Ao mesmo tempo, de acordo com as diferentes atitudes de cada povo frente à atuação desses órgãos governamentais ou missionários, traços específicos vão se imprimindo em suas culturas, atualmente usados como fatores de diferenciação dos grupos.
A virada do século XIX/XX representa um momento decisivo para esses grupos, pois é definido que a região do Uaçá, disputada com a Guiana Francesa, seria parte do território brasileiro. A partir da década de 1920, as autoridades brasileiras julgaram necessário executar projetos de ocupação do antigo território contestado, cujas populações consideradas "afrancesadas" eram vistas como ameaça à garantia da integridade territorial.
Em 1920 foi criada a Comissão Colonizadora do