kajfani
5580 palavras
23 páginas
IntroduçãoOs indicadores de assistência à saúde materno-infantil têm melhorado no Brasil como um todo. A taxa de mortalidade infantil no país foi reduzida a menos da metade ao longo de 13 anos, passando de 33,5 óbitos para cada 1.000 nascidos vivos em 1998 para 16,1/1.000 nascidos vivos em 20111
. Isso decorre, sobretudo, da expansão dos serviços básicos de saúde, da melhor assistência à gestação, ao parto e ao puerpério, com especial destaque para a Estratégia Saúde da Família (ESF)2,3.
A oferta de pré-natal adequado reduz a morbimortalidade materno-infantil4
. E isso se expressa, por parte da criança, em melhor crescimento intrauterino, maior peso ao nascer, menor ocorrência de prematuridade, de mortalidade neonatal e, por parte da mãe, em menor índice de intercorrências no período gestacional e de complicações no momento do parto5,6.
Trata-se, portanto, de um conjunto de medidas essenciais à redução da morbimortalidade e da promoção do bem-estar materno-infantil. Em vista disso, diversos estudos buscando avaliar a qualidade do pré-natal oferecido têm sido realizados em diferentes localidades7-20. Alguns desses estudos têm sido conduzidos em unidades básicas de saúde (UBS), com o objetivo de conhecer o perfil dos usuários. Para tanto, utilizam, em geral, dados secundários e não tornam de domínio público o resultado. Muitas das informações coletadas de rotina são pouco úteis na determinação do perfil do usuário. Além disso, a forma de coleta de algumas dessas informações não permite determinadas análises estatísticas, nem a identificação de diferenças que não sejam nos grupos previamente definidos, o que nem sempre é adequado. Isso, se não impede, pelo menos dificulta conhecer o usuário, bem como avaliar a qualidade das ações oferecidas a essa população. Essas avaliações, quando bem conduzidas, podem levar à melhoria dos cuidados oferecidos e, por conseguinte, melhorar indicadores de saúde materno-infantil na área de cobertura desses