Kabuki buyo
A dança kabuki caracteriza-se por três elementos essenciais: mai, odori e furi. O primeiro é uma dança mais estática, derivada de danças rotativas e em círculos altamente refinados do teatro nô. Já o odori desenvolveu-se da dança do povo (como as danças dos festivais), em grupo, mais dinâmica, relacionada a um tipo de dança de saltos e pulos. Por último, o furi, num sentido mais amplo são os gestos, atitudes ou movimentos do corpo e que, num sentido mais restrito, refere-se à coreografia. É, portanto, o movimento pantomímico da dança do kabuki e também é importante no teatro nô para dar mais realismo aos movimentos, já que o furi é baseado em gestos e movimentos derivados da vida diária do povo.
O nihon buyo difere visivelmente do balé ou de outra dança ocidental: a bailarina usa sapatilhas para dançar e seus movimentos são ascendentes, com os braços levantados acima da cabeça, corpo erguido nas pontas dos pés numa tentativa de libertar-se da terra e confirmar a sua própria existência. Já os dançarinos de buyo tendem à flexão dos quadris e membros inferiores e, assim, buscam estabelecer maior contato com a terra, reforçado pelos movimentos dos pés que se arrastam e pisam fortes no solo. Em síntese, enquanto os movimentos da dança ocidental é radiante e extensiva, a ocidental é intensiva.
No Japão existem escolas de buyo com seu estilo característico, e ainda hoje são conduzidas pelo tradicional sistema de iemoto, mestre-guia que outorga aos seus discípulos graduados o título de natori e um nome artístico, bem como a permissão para ministrar aulas desse determinado estilo de dança. Entre as escolas destacam-se a Nishikawa, Fujima, Hanayagui, Inoue, entre outras com seus estilos próprios mantidos ao longo dos