Justificativa crítica Fausto - Sukurov

Faust

2011, Rússia, Aleksandr Sokurov

A obra Fausto de J. W. Goethe , clássico do romantismo alemão interpretada na música , no teatro e na pintura , ganha dimensão com mais uma adaptação livre para o cinema. O mito do homem que vende a alma ao diabo por inúmeros questionamentos acerca do mundo , da natureza , da realidade e suas vertentes , propõe, dentro do estilo literário do romantismo alemão, características pulsantes e perturbadoras que apresentam-se no cinema de Sukurov de forma a potencializá-las tanto em diálogos quanto na perspectiva fotográfica. A escolha do filme Faust tem como fundamento o consenso da apreciação da junção de itens “desconexos” inicialmente , já que a produção original literária é redigida em forma de peça de teatro , alinhada á uma adaptação cinematográfica em harmonia entre Teatro/Literatura e Cinema . É visto entre os integrantes do grupo , a incrível analogia entre os diálogos sobre as problemáticas humanas que compunham o movimento literário do período e a proposta fotográfica pictórica composta de enorme teor enigmático e perturbador. Buscando a representação mais crua possível dos questionamentos até existencialistas contidos em Fausto . Sukurov constrói o personagem do Doutor Fausto exteriorizando ao ambiente e ao mundo físico no qual o personagem transita alguns dos próprios questionamentos que o personagem inflige a si mesmo, como a representação de um médico intelectual a procura da alma humana como um dos esclarecimentos para suas constantes angústias diante da vida ou tratando das questões relativas ao espírito com a enfoque na plástica que propõe seguir o personagem na desconstrução de suas próprias certezas , criando um ambiente com um teor fantástico não só contado mas captado em movimento a transcrição das palavras lidas.