jujuht
2877 palavras
12 páginas
BRANQUELA E O MULATO - A branquela ajeitou o cabelo cortado modernamente, antes de entrar no elevador que a levaria para a entrevista de emprego. Já dentro do elevador retocou o batom suave sobre os lábios generosos, sob os olhos atentos do cabineiro, com idade para ser seu pai. Ela havia solicitado o andar da loja de produtos eróticos, o que levou o ascensorista a pensamentos libidinosos com a branquela. Ao chegar ao andar e notar que havia errado, a mocinha branquela disse para o ascensorista mulato que seria no andar de baixo, onde ficava o laboratório de análises clínicas e anatomia patológica. O cabineiro deu um sorriso amarelo e comandou a descida do elevador até o andar solicitado. E, lá no fundo, deve ter-se arrependido de ter pensado besteira.O CADEIRANTE - O cadeirante, alguns pensaram, iria fazer discurso na calçada, ao lado do acesso para portadores de necessidades especiais. Cinco transeuntes pararam para ouvi-lo, na certeza de que ele iria perorar contra o descaso dos governos municipal, estadual e federal com a causa de seus semelhantes. No entanto, sem que nenhum deles intuísse, o cadeirante abriu a mochila que trazia e começou a distribuir panfletos sobre a inauguração de mais um restaurante a quilo na próxima esquina. O que fazia, aliás, com um alarde impensável para um mero restaurante a quilo. Com isto, o cadeirante garantia almoço grátis durante o período da propaganda. Os transeuntes politicamente corretos pensaram em reclamar com o cadeirante, porém julgaram isto politicamente incorreto. E ficou tudo por isso mesmo!EIS NARRATIVAS CURTAS TÃO CORRETAS, QUE NÃO DESPERTAM A MÍNIMA SUSPEITA!
Imagem em cobatest.org.
1. O GORDO - O gordo passeia pelo parque, espreitando todos os que por ele passam. Há um bom número de pessoas mais magras do que ele. Várias moças bonitas e de corpos trabalhados. Outro tanto de rapazes sadios, com a expressão de quem faz esforço ao correr. Umas senhoras em traje esportivo e uns senhores de bigode aparado