jucelino
Comemorar tem a ver com o passado, mas principalmente com o futuro. Procuram-se meios de retirar o passado do esquecimento com o objetivo de descobrir perspectivas novas e positivas. Mas nem sempre as comemorações resultam de um consenso ou o produzem: ao contrário, podem revelar tensões e conflitos e constituir uma boa oportunidade para avaliações e críticas.
Neste ano de 2002, faz cem anos que nasceu Juscelino Kubitschek, o presidente que governou o Brasil de 31 de janeiro de 1956 a 31 de janeiro de 1961. A comemoração de seu centenário oferece uma ocasião privilegiada para esse duplo exercício: evocar o passado, mas também refletir sobre ele de maneira crítica. Essa reflexão começou, aliás, nos anos 90, quando o questionamento de um modelo de desenvolvimento econômico que foi inaugurado por Vargas, e atingiu sua plena expressão no governo de JK, colocou em pauta grandes temas para um debate nacional. Desde então, a abertura da economia, a privatização das empresas estatais, os limites e contornos da ação do Estado e, principalmente, o dilema entre a implementação de políticas desenvolvimentistas que propiciem elevadas taxas de crescimento e o compromisso com um programa de controle das contas públicas e de ajuste fiscal, integram uma agenda de discussões que tem sensibilizado diferentes setores da sociedade brasileira, preocupados em melhorar as estratégias para o futuro do país.
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