Joyce e a identidade
COLEGIADO DE PSICOLOGIA
Processos Psicossociais II
ARTIGO
Discussão sobre IDENTIDADE E preconceito à luz de um caso real: o NASCIMENTO DE JOICY E aS RELAÇÕES SOCIAIS
1. INTRODUÇÃO
O texto a seguir se dispõe a analisar a reportagem de Fabiana Moraes publicada no Jornal de Recife, sobre o nascimento, luta e comoção de Joicy Melo da Silva através do viés da Psicologia Social, e de alguns de seus conceitos, enfatizando na identidade, preconceito e a representação social. O caso real de Joyce, nascida João Batista, mostra a batalha para se conseguir o reconhecimento social da sua condição de mulher, além de seus direitos de atuar e responder de tal posição.
O processo de formação de identidade basicamente utiliza-se da ideia de pertencimento a um grupo em detrimento de outros. Essa é a característica interessante no caso Joyce: ela responde da posição marginalizada, pois enfrenta exclusão de todos os grupos ao seu redor que não enxergam nela nada que se pareça com a Representação que tem de Mulher ou Transexual.
2. BREVE RESUMO DO CASO
No dia 22 de novembro de 2010 (re)nasceu Joyce Melo da Silva no Hospital Das Clinicas em Recife. Nascida João Batista, Joyce passou por 7 anos de preparo para poder realizar a Cirurgia de Redesignação Sexual (CRS), possibilitando a retirada de seu pênis e a criação de uma neovagina, com intuito de criar um canal vaginal com aparência e função sexual de uma vagina biológica.
Proveniente de Alagoinha, Joyce, até então João, foi criada na Caatinga, como agricultor, onde toda a família ajudava na plantação. A partir a morte do pai, começou a externalizar aquilo que já existia dentro de si: Joyce.
Saindo de casa, Joyce comprou uma casa em Perpétuo Socorro, distrito de Alagoinha e se tornou cabeleireira, porque segundo ela “Adotei essa profissão porque era mais fácil para pessoas do meu tipo” (Joyce APUD Moraes). Foi então que descobriu que poderia retirar o pênis e