Jovens
Ela tem um visual de parar o quarteirão. É dona de um sorriso encantador, cabelos castanhos claros e olhos verdes. Após três anos de conversão ao Evangelho, essa adolescente deixou o glamour do mundo fashion e prefere os afazeres numa Igreja do Evangelho Quadrangular, no Rio Grande do Sul, onde é membro atuante e serve a Deus com o entusiasmo característico de qualquer jovem de sua idade. No mais, ela estuda, tem amigos, gosta de se divertir e curtir a família.
Mas apesar da beleza acima da média, ela é mais uma que recorre ao jargão “espero no Senhor”, para explicar sua atual situação – está sozinha, à procura de um namorado. “Eu oro todo dia e escrevo num papel o tipo de pessoa que espero”, confidencia. Mas, para os mais afoitos, vai o recado: “Tem que ser uma pessoa evangélica, claro, que esteja dentro da igreja.” Ela enumera: “E que seja sincero, honesto, humilde, compreensivo e que não queira só um namoro, mas que tenha a pretensão de, futuramente, casar.”
Muita coisa? Nem tanto. No meio evangélico, quando o assunto é namoro – e êta assuntozinho para render dentro das igrejas! –, é comum que a moçada idealize a futura cara-metade de acordo com uma série de valores, entre os quais as características puramente espirituais. Mas essa bela jovem vai mais longe: além de atender àquelas exigências, qualquer pretendente tem que passar pelo crivo dos seus pastores. A coisa lá é séria: “Quando a gente gosta de um menino, tem que conversar com o pastor. Ele pede para gente orar por três meses. Se essa atração resistir a esse período de oração e jejum, somos apresentados perante a igreja. E se um dia a gente decidir terminar o namoro, tem que comunicar ao pastor.”
Definitivamente, o namoro é algo que mexe com a cabeça dos crentes. E dos jovens em particular, já que é naquela fase da vida que as borboletas são mais coloridas e as flores, mais perfumadas. Poesia barata à parte, o