John locke e a teoria do contrato social
John Locke (1632-1704), e mais tarde Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), defenderam a teoria do contrato social. Ou seja, segundo o filósofo inglês, o Estado surge porque as relações sociais se complexificaram, com a questão da propriedade por exemplo, e se tornou necessário um poder imparcial para gerir os conflitos entre os indivíduos com direitos iguais. Dito de outro modo: todos os indivíduos têm direitos iguais à nascença, os chamados direitos naturais, e ninguém tem direito de exercer controlo sobre os outros. Ora, como nem todos cumprem esta disposição natural para a harmonia, os indivíduos tiveram que prescindir de alguns direitos e transferi-los para o Estado central, que se encarregará de garantir o cumprimento dos direitos naturais/fundamentais. É essa a função do estado, garantir o respeito pelos direitos e autonomia de cada um dentro de um plano de igualdade - é esse o limite de atuação do Estado -. O contrato social, embora não se trate de um contrato físico historicamente localizado, como acontece com qualquer contrato, consistiria na transferência de poder dos indivíduos carecidos de proteção para um conjunto de instituições artificiais e apetrechada de meios para punir os que violam a obediência a essas mesmas instituições. Um acordo tácito, portanto. Isto é, algo com que concordamos sem que sejamos consultados sobre o assunto. Se tens dúvidas em relação a isso, basta pensar na tua história individual: nasces e de repente tens um bilhete de identidade, estás incluído num plano nacional de saúde... cresces e tornas-te um jovem com direitos, mas também com responsabilidades e deveres (em Portugal, a