Johann Gustav Droysen e José Ortega y Gasset
UFRJ
Instituto de História
Metodologia da História II
Professora Doutora Norma Côrtes
Rio de Janeiro
2013
Johann Gustav Droysen, historiador, nos deixou um legado sobre metodologia e cientificidade históricas: um conjunto de normas que regulam a atividade de quem produz história. Vai a fundo ao que Humboldt preconizou sobre a tarefa do historiador. Reivindica, como ponto de partida, a necessidade de um método próprio, autônomo, para a investigação histórica, distinto, portanto, dos métodos das ciências naturais. Defende que “empiricamente, tal como quer ser nossa ciência, não podemos fazer outra coisa senão encontrar e tomar nosso ponto de partida na forma empírica.” (Droysen, p. 7). Uma empiria diferente. Não se trata da experimentação sensorial da realidade, própria das ciências naturais, que têm presentes diante de si os fenômenos passíveis de serem reproduzidos e investigados. Ao contrário, em História, o que pode ser experimentado empiricamente, através da representação, são coisas já não existentes, pertencentes ao passado – uma empiria fugidia, de uma realidade que não nos é dada a priori, e a qual somente podemos experimentar por meio do árduo trabalho da oficina do historiador que traz o passado ao presente, que constrói a representação de uma realidade já não existente. Nós trazemos em nós mesmos uma “quantidade incomensurável de representações intelecções, recordações, experiências e certezas que se referem a coisas já não existentes” (Droysen, pp. 7 e 8), e que, todavia, determinam nosso eu. “Poderíamos dizer: cada indivíduo é um resultado histórico” (Droysen, pp. 19 e 20). O homem nasce num ambiente já formado, inserido nas realidades históricas de seu povo, de sua língua, de sua religião, de seu Estado. É neste contexto que o homem constrói o seu próprio ser; “seu ser mais interior e próprio se encontra muito mesclado