joao goulart
X Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Blumenau – 28 a 30 de maio de 2009
O João Goulart de Silvio Tendler: uma análise do acontecimento jornalístico golpe militar no filme Jango1
Maria Joana Chiodelli Chaise2
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos)
Resumo
O presente ensaio é um estudo do filme Jango. Como, quando e porque se depõe um
Presidente da República (1984), dirigido pelo cineasta Sílvio Tendler. A produção resgata uma importante passagem da história do Brasil, atualizando-a, à luz das novas condições sociais e políticas. Pretende-se demonstrar como o documentário constrói de maneira positiva a imagem do presidente por meio da sequência de cenas escolhidas, pela opção dos entrevistados e, ainda, pela trilha sonora que ilustra o produto audiovisual. Também pretende-se, de alguma forma, recuperar o personagem de destaque na cena política brasileira, João Goulart, pouco lembrado por estudiosos, políticos e pela própria sociedade.
Palavras-chave
Documentário; Jornalismo; Acontecimento jornalístico.
“Os acontecimentos daqueles dias/ ainda estão na memória/ fechado no escuro do quarto/ querendo fugir do mundo/ que me chegava pelo rádio.
Eu pouco mais que um menino/ chorando como se fosse morte/ a viagem-fuga do Presidente
Jango./ Os anos passados, a maturidade/ a visão diária da injustiça e do ódio/ da opressão, da mentira e do medo/ me levam agora, maduro/ em nome da verdade e da história/ a reafirmar o menino:/ as lágrimas derramadas de 64/ continuam justas”.
O poema que abre este texto, de Fernando Brant, é também o epitáfio do documentário Jango. Como, quando e porque se depõe um Presidente da República, de
Sílvio Tendler, objeto de análise deste artigo. O texto, síntese do propósito do filme realizado em 1984, é colocado sobre a imagem do túmulo do gaúcho João Belchior Marques Goulart, único presidente a morrer no exílio, na