Joao calvin
O que é um clássico para Calvino?
O primeiro ensaio, que dá título ao livro, procura definir o que é, afinal, um "clássico" literário. Clássico, escreve Calvino, é o livro de que dizemos "estou relendo..." e nunca "estou lendo". É o livro que, mesmo antes de abrir, sabemos um pouco de sua importância.
Dessas premissas algo banais, Calvino tira conclusões interessantes. Diz que "toda releitura de um clássico é uma leitura de descoberta como a primeira", e que "toda primeira leitura de um clássico é na realidade uma releitura". De modo que os clássicos, por mais que já tenham sido comentados e analisados, são os livros que nunca esgotam sua capacidade de produzir surpresas. E, nesse sentido, são como a vida, são como o universo: inesgotáveis; em sua complexidade, são equivalentes ao mundo, são talismãs do mundo.
Que aspectos de importância na definição de um clássico, na sua opinião, não são considerados por Calvino? existe uma crença errônea de que o novo é sempre melhor que o antigo e de que as ideias passadas não são aplicáveis ao presente. Muitas vezes, a novidade não passa da deturpação da antiguidade. Ao ler os clássicos, você entra em contato com conhecimentos que estão de acordo com aqueles que os criaram, sem que nada tenha sido suprimido, acrescentado ou alterado.
. Por outro lado, não foram as convicções teológicas de Calvino que o levaram a isto. Não se pode culpar as suas convicções, particularmente sua firme crença na soberania de Deus, pela execução de Serveto.
chama-se de classico um livro que se configura como equivalente do universo, à semelhança dos antigos