Jo O Huss
Nos séculos 14 e 15, surgiram alguns movimentos de protesto contra certos ensinos e práticas da Igreja Medieval. Um deles foi encabeçado por João Wycliff (1325?-1384), um sacerdote e professor da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Wycliff atacou as irregularidades do clero, as superstições (relíquias, peregrinações, veneração dos santos), bem como a transubstanciação, o purgatório, as indulgências, o celibato clerical e as pretensões papais. Seus seguidores, conhecidos como os lolardos, tinham a Bíblia como norma de fé que todos devem ler e interpretar.
João Hus, que era sacerdote e, também, professor da Universidade de Praga, na Boêmia, foi influenciado pelos escritos de Wycliff. Definia a igreja por uma vida semelhante à de Cristo, e não pelos sacramentos. Dizia que todos os eleitos são membros da igreja e que o seu cabeça é Cristo, não o papa. Insistia na autoridade suprema das Escrituras e pregava, também, o Sacerdócio Universal dos Crentes, no qual qualquer pessoa pode comunicar-se com Deus sem a mediação humana. Hus foi condenado à fogueira pelo Concílio de Constança. Seus seguidores ficaram conhecidos como Irmãos Boêmios (1457) e foram muito perseguidos.
Fato interessante é que Hus foi levado à morte na fogueira no dia 06 de julho, mesmo dia de seu nascimento. Antes de ser queimado, Hus disse as seguintes palavras ao carrasco: "Vocês hoje estão queimando um ganso (Hus significa "ganso" na língua boêmia), mas dentro de um século, encontrar-se-ão com um cisne. E este cisne vocês não poderão queimar”. E realmente este “cisne” apareceu 102 anos mais tarde, Martinho Lutero, que iniciou o movimento da reforma quando pregou suas 95 teses na porta da catedral de Wittenberg.
Deus, de tempo em tempo, levanta “gansos” e “cisnes” que lançam sementes do reino de Deus para que o mover do Espírito use-as quando for o momento certo. Que o exemplo de Hus esteja vivo na memória e seja imitado em ações quando levantarmos nossa voz como igreja para confrontar o