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As contas externas sob o governo FHC
Primeiro superávit (28 de dezembro de 2001)
Pela primeira vez no governo Fernando Henrique Cardoso a balança comercial encerrará o ano com superávit. O saldo acumulado em 2001 até a semana passada era de US$ 2,325 bilhões.
Obter superávits no comércio exterior é uma das formas de trazer dólares para o país, meta fundamental para o Brasil reduzir sua vulnerabilidade externa e dar sustentação à política de estabilização da inflação.
Infelizmente, porém, o sucesso desse superávit nas transações comerciais é relativo. O problema é que esse resultado é fruto de uma política de contenção do crescimento. Não houve ações sistemáticas de substituição de importações em setores cronicamente deficitários, como o de eletroeletrônicos, nem de promoção das exportações que proporcionassem às empresas brasileiras, inclusive as menores, condições de transformar as vendas externas numa fonte permanente de receita. Nesse contexto, o superávit comercial registrado em 2001 é fruto da desaceleração econômica ocorrida em razão da vulnerabilidade do país a turbulências externas, o que impediu, por exemplo, a continuidade da queda dos juros. Com o mercado doméstico desaquecido, diminui a demanda por importações e aumenta a propensão a exportar de empresas que usam as vendas externas como alternativa em períodos de crise. Não é por outro motivo que o saldo comercial cresceu mesmo com estagnação ou recessão nos principais destinos das exportações brasileiras -EUA, Argentina e
Europa. De maneira semelhante, o saldo agrícola cresceu cerca de 25% em relação ao ano passado, apesar de os preços dos alimentos exportados pelo Brasil continuarem em baixa.
O Brasil precisa de superávits comercias. O ideal é fazer desse imperativo um estímulo ao crescimento, em vez de submeter-se a ele pelo sacrifício da produção e do emprego.

Sabor dos anos 80 (4 de janeiro de 2002)
A geração de um superávit na balança comercial em 2001 de US$ 2,6

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