Jardineiro fiel
A pesquisa no Brasil vem sendo impulsionada nas últimas décadas como resultado de políticas que, efetivamente, criaram oportunidades de formação de pesquisadores em grandes centros científicos em todo o mundo, incentivaram a consolidação de programas nacionais de formação em nível de excelência e a implantação de linhas de financiamento em áreas de interesse estratégico. No campo da saúde pública essa expansão tem se refletido, em especial, no crescimento acelerado da pesquisa epidemiológica. Estudos publicados recentemente têm documentado esta tendência e apresentado alguns aspectos relacionados a este crescimento. Utilizando a base de dados do Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq, Guimarães et al. (2001) mostraram que, em 2000, havia no país 363 pesquisadores com título de doutor, realizando pesquisa epidemiológica, estando organizados em torno de 176 grupos e 320 linhas de pesquisas. Destes, 94 (25,8%) tinham obtido o título em universidades estrangeiras, principalmente européias ou americanas. Uma informação interessante é que, embora a maioria desses grupos (64%) se concentrasse na área de Saúde Coletiva, sendo de apenas 14% a representação das demais áreas da Saúde, os restantes (22%) estavam distribuí- dos por subáreas tão diversas quanto biomedicina, ecologia, física ou química. Assim, pode-se dizer que o crescimento da pesquisa em saúde no Brasil tem se concentrado no campo da Saúde Coletiva, com a epidemiologia sendo uma das principais abordagens metodológicas empregadas.
Esse crescimento da pesquisa em saúde no Brasil vem repercutindo na contribui-ção relativa da ciência brasileira na produção do conhecimento na América Latina e no mundo. Em um estudo sobre publicações científicas em saúde no período entre 1973 e 1992, dentre os seis países de maior importância na pesquisa da América Latina, identificou-se que a produção científica brasileira era relevante e de impacto internacional (Pelegrini et al., 1997). Além disso,