A jangada vem para o Brasil como parte da rica troca havida entre a Índia, a África, a China e o Japão. Incorpora ainda técnicas indígenas de corte de madeiras e extração das fibras de cordoamentos. A palavra "jangada" trais essa origem asiática: vem de "changadam", palavra malaiala.Muito antes de ser uma embarcação típica de qualquer zona do Brasil, o termo sempre correspondeu a uma embarcação rudimentar feita com troncos de madeira. Parece, aos olhos de hoje, que as jangadas somente surgem no trecho da costa do Nordeste que vai do Rio Grande do Norte ao Piauí por curiosas razões históricas, pois poderíamos ter jangadeiros em todo o litoral do Brasil, desde o início da Colônia brasileira. Os primeiros jangadeiros lançaram seus barcos ao mar em meio ao abandono desses séculos de solidão e isolamento, ainda que fossem parte das diversas levas migrantes que povoaram o interior nordestino desde meados do século XVII, trazendo e cultivando o gado cuja carne alimentava os trabalhadores da mineração. Com sua admirável capacidade de navegar contra o vento, e de usar a força do vento para sobrepujar a corrente oceânica, a jangada encontrou nesse trecho do litoral brasileiro uma situação ideal, até a chegada dos barcos motorizados, que viabilizam os (até hoje curiosamente poucos) portos surgidos desde o século XIX. O conhecimento da construção dessa família de embarcações artesanais está em extinção: embora ainda haja colônias de pescadores remanescentes das primeiras comunidades que ocuparam o litoral brasileiro. Praticamente não se constrói mais a jangada tradicional, com troncos de madeira de flutuação, as jangadas de troncos. As atuais jangadas são feitas em pranchas de madeira industrializada ou utilizando instrumentos de corte mecanizado - as jangadas de tábuas.