Jan van Eyck O pintor flamengo Jan van Eyck foi o fundador da pintura renascentista em Flandres e na Holanda. Seu estilo é uma síntese do naturalismo dos irmãos Limbourg, mais as inovações no uso da luz, feitas por outro pintor, Robert Campin, conhecido como o mestre de Flémalle. Van Eyck combina, com talento e habilidade, um estilo que é o contraponto da arte que Masaccio realiza na Itália pela mesma época. Sua obra O cordeiro místico – terminada em San Bavón, Gante, no ano de 1432 – é uma das mais extraordinárias obras do Renascimento. Consta de duas alas, pintadas dos dois lados, dispostas em dois níveis, as quais se abrem para mostrar o quadro central. Provavelmente foi realizada, em parte, com a ajuda de seu irmão Hubert van Eyck. Nessa obra, a parte central do piso inferior conten a Adoração do Cordeiro, com fileiras de figuras colocadas sobre uma paisagem articulada, que representa claramente o Paraíso. Na parte superior se acha a figura do Deus-Pai entronizado, coroado como um Papa, com tiara, e ladeado pela Virgem Maria e São João Batista. Van Eick se coloca a si mesmo nesta obra como um atento observador do mundo visual. Quase que por intuição, concebe o sistema de perspectiva linear e usa com economia a perspectiva aérea em algumas partes da paisagem de fundo. Van Eick esteve, também, consciente da atração no espectador dos elementos da natureza morta e integrou numerosos detalhes na complexa iconografia de suas obras. O que marca a diferença de sua arte, bem como da arte do final do Século 15 no Norte da Europa, comparando-a com a de seus contemporâneos italianos, é a completa ausência de referências à antigüidade clássica. Já em meados do Século 15, um estudioso italiano considerou Van Eyck como o pintor mais significativo de sua época. Seu famoso retrato de Giovanni Arnolfini e sua esposa (O casamento de Arnolfini) é uma representação das bodas desse banqueiro italiano. Na parede do fundo, por trás do