Itaquera
A via proteolítica dependente de ubiquitina / proteassoma
PA U L A
Resumo
Nas células eucariotas a principal via de degradação de proteínas de semi-vida curta é não lisossomal e é dependente de ATP e de ubiquitina. Proteínas que regulam determinadas funções e que por isso existem por curtos períodos de tempo, proteínas danificadas, ou proteínas com erros de síntese são marcadas para degradação através da ligação de cadeias de poli-
Introdução
A existência de degradação das proteínas intracelulares foi sugerida por Rudolf Schoenheimer nos anos 30 (1). Em
1953 surge uma publicação que mostra que a proteólise intracelular é dependente de energia metabólica (2). Nos anos 70 tornou-se evidente que a degradação de proteínas intracelulares é altamente selectiva e está envolvida na regulação da concentração de certos enzimas (3). De início foi difícil de compreender a necessidade da proteólise intracelular, uma vez que o que estava em causa era a hidrólise de ligações peptídicas das proteínas, que se pensava serem moléculas estáveis. Hoje em dia é evidente que o controlo do nível de determinadas proteínas no interior das células durante certos processos celulares, bem como a eliminação de proteínas com erros de síntese, proteínas não funcionais e polipéptidos desnaturados, cuja acumulação poderia tornar-se tóxica, só pode ocorrer se existir proteólise selectiva. A descoberta da via proteolítica dependente de ubiquitina veio revolucionar a forma de olhar a degradação de proteínas intracelulares.
C.
R A M O S *
ubiquitina. As proteínas poli-ubiquitiladas são reconhecidas e degradadas pelo proteassoma 26S. A via proteolítica dependente de ubiquitina funciona no citoplasma e no núcleo das células, sendo também responsável pela degradação de proteínas associadas ao retículo endoplasmático, após o seu o retro-transporte para o citoplasma.
A ubiquitina foi descoberta em 1975
(4). Isolada a partir do timo, na altura
foi-lhe