Islamismo
Os xiitas é o segundo maior ramo de crentes do Islão, constituindo 16% do total dos muçulmanos (o maior ramo é o dos muçulmanos sunitas, que são 84% da totalidade dos muçulmanos).
Os xiitas consideram Ali, o genro e primo do profeta Maomé, como o seu sucessor legítimo e consideram ilegítimos os três califas sunitas que assumiram a liderança da comunidade muçulmana após a morte de Maomé.
Se o próprio profeta Maomé tivesse definido sua sucessão antes de sua morte, no ano 632, a situação poderia ser diferente. Mas como isso não aconteceu, a então jovem comunidade islâmica se fragmentou apenas 30 anos após a morte do profeta.
A maioria pendeu para o lado dos muçulmanos, que ficaram conhecidos mais tarde como sunitas. Num segundo grupo reuniram-se os seguidores de Ali ibn Abi Talib, primo e genro de Maomé. Trata-se do Shi'at. Ali (partido de Ali), do qual mais tarde surgiram os xiitas. Até hoje os xiitas estão em minoria, estimados entre 10% a 15% dos cerca de 1,6 bilhões de muçulmanos. Naquele ano de 632, tratava-se, sobretudo de determinar corretamente o sucessor do profeta, segundo o estudioso do islamismo Lutz Berger, da Universidade de Kiel. Ele diz que, no início, havia um conflito político, que envolvia a definição do sucessor e interesses de grupos. "A esse conflito político sobrepuseram-se questões religiosas."
Por outro lado, os seguidores de Ali eram da opinião de que o sucessor do profeta deveria vir da família de Maomé. Isso foi justificado com o argumento de que o próprio Deus teria designado Ali como sucessor e Maomé teria registrado isso por escrito antes de sua morte. Os sunitas teriam suprimido essa regra de sucessão do Alcorão. Desde então, a acusação de adulteração do Alcorão entrou em cena, não tendo sido retirada até hoje. Ali, que segundo Berger era muito ambicioso, não se conformou por não ter podido, a princípio, impor-se como sucessor do profeta. Finalmente, no ano 656, ele foi escolhido como o quarto e