ironia
Segundo Ines Loureiro, a teorização sobre a ironia começa com os primeiros românticos. Segundo o autor, esses românticos eram um grupo chamado Iena, composto pelos irmãos Schelegel e Novalis, entre outros, entre 1797 e 1801.
A autora cita algumas formas de ironia por ela estudadas como a ironia romântica, a qual segundo ela designa a oscilação entre a consciência dos limites da linguagem e a crença/anseio de superá-los, colocando uma idéia de distancia entre linguagem e mundo. Dessa forma, para Loureiro, a ironia romântica ultrapassa a ironia literária, por se manifestar entre outros terrenos e não somente na literatura. A ironia literária, segundo Loureiro, possui evidentes traços como criticar e refletir sobre os próprios procedimentos criadores, submetê-los a crítica do público, instaurar uma distância entre texto e leitor e romper a ilusão literária. Ela cita a ironia como consciência dos limites da linguagem: “A ironia seria ‘aquele movimento que faz a linguagem se suspender ou se negar a si mesma’, um ‘gesto de suspensão e autocancelamento da linguagem”. Ela cita outras formas de ironia, mas a mais importante para esse estudo é a ironia retórica:
[...] desde a retórica clássica até a Enciclopédia, a ironia é uma figura de linguagem que remete ao “dizer o contrário do que se pensa”, ligada ao propósito de dissimulação (etimologicamente, o termo provém do grego eironeia, que significa, precisamente, “dissimulação’) Note-se que a idéia da representação pelo contrário expande-se para além do verbal: é irônico tudo aquilo que se encaminha em direção oposta à pretendida (como no exemplo acima, quanto maior o esforço para delimitar o sentido de “ironia”, mais as definições proliferam).(LOUREIRO, Disponivel em: http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31062007000200003&lng=es&nrm=iso#end2, s.pag.)
Bibliografia:
LOUREIRO, Ines. Ironia(s) em Freud: da escrita à ética. Disponivel em: