Iracema e senhora
A presença afro-americana nos Estados Unidos tem causado um impacto substancial no vocabulário do inglês padrão. Até meados do século XIX, a maior parte desse léxico refletia o status e as condições de escravidão, constituído de muitos termos de insulto e denúncia. Os exemplos que se seguem têm origem na primeira metade do século XIX.
Slave driver (1807) - feitor de escravos; mais tarde usado para designar qualquer empregador ríspido e exigente.
Uncle (1820) - termo de tratamento utilizado pelos brancos para se dirigir a um negro idoso.
Negro thief (1827) - pessoa que ajudava um escravo a fugir.
Nigger lover (1830) - termo de gíria para designar qualquer simpatizante do abolicionismo.
Poor white trash (1833) - termo usado pelos escravos para designar os brancos que se sujeitavam a desempenhar trabalhos escravos.
Free paper (1847) - documentos concedidos a escravos livres como prova de seu novo status.
Niggerhead (1847) - pedra ou rocha, especialmente arredondada e escura.
Nigger heaven (1850) - galeria ou fileira de assentos mais altos num balcão de teatro.
Em contraste, grande parte do vocabulário dos anos 60 possui certa marca positiva e até certo ponto ousada. Vejamos alguns termos surgidos nessa época:
Black power - movimento que preconiza a igualdade racial e outras liberdades civis dos negros norte-americanos.
Freedom march - marcha da liberdade.
Soul brother - companheiro de cor.
Dignos de registro são alguns slogans:
Tell it like it is! Black is beautiful!
O termo sit-in tornou-se popular na década de 60, quando estudantes negros, desafiando as “normas” de segregação, sentavam-se em lugares estritamente reservados aos brancos nos restaurantes, estações rodoviárias, teatros e outros logradouros públicos. Outros termos por analogia foram logo criados, em apoio ao movimento, como pray-in, play-in e swim-in (em áreas de lazer segregadas), e ao final da mesma década, o sufixo -in já estava sendo usado em todos os tipos