inundações urbanas
O CASO DAS RUAS DE STª. MARTA, S.JOSÉ E PORTAS DE STº ANTÃO (LISBOA)
Ana Soares(1), Bruno Pereira(1), Carmen Santos(1), Catarina Ramos(2), Pedro Oliveira(2),
Teresa Vaz(1)
(1)
Departamento de Geografia, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, (2) Centro
de Estudos Geográficos, Universidade de Lisboa,
Alameda da Cidade Universitária, Faculdade de Letras, 1600-214 Lisboa; tel. 217940218, fax: 217938690, cramos@fl.ul.pt
Palavras-chave: Lisboa, inundações urbanas, factores agravantes, percepção da inundação
1. Introdução
As inundações em áreas urbanas revestem-se de especial importância devido aos impactes que provocam nas actividades comerciais, nos serviços, na interrupção dos transportes e no alagamento das áreas residenciais. A esmagadora maioria dos estudos sobre esta temática refere-se a inundações provocadas por cheias, ou seja, devidas ao transbordo de cursos de água que atravessam as áreas urbanas. Contudo, a expansão da malha urbana pode levar ao desaparecimento dos cursos de água, nomeadamente os de regime temporário, através da sua canalização subterrânea ou do seu entulhamento, sendo os antigos leitos fluviais ocupados por ruas, prédios e outro tipo de construções. Este fenómeno ocorreu na cidade de Lisboa desde os tempos da ocupação romana, tendo-se acentuado após o terramoto de
1755.
Telhado (1998), Oliveira e Ramos (2002) e Oliveira (2003) mostraram, para períodos diferentes do século XX, que grande parte dos locais inundados na cidade de Lisboa, aquando de situações de precipitação intensa, se encontram sobre antigas linhas de água.
Os dois últimos autores também mostraram que as áreas de fraco declive situadas em posições topográficas deprimidas são as mais atingidas por este tipo de fenómeno, o qual pode ainda ser agravado pelas características da malha urbana, que nalguns casos canaliza, noutros concentra e noutros exerce um efeito de barreira à livre circulação das águas, quando o