INTRODUÇÃO
(AGES/CBIO)
Resumo
Este texto tem o objetivo de refletir sobre a história do preconceito contra os nordestinos analisando seu contexto histórico. A partir de comentários preconceituosos publicados em redes sociais, pretendo dissertar sobre o porquê de tais posturas, quais as raízes, estopins e a relação com a política e economia do país. É possível perceber que o nordestino contribuiu e contribui muito para o crescimento do país e que São Paulo, onde o preconceito antinordestino é mais identificado, é a cidade mais nordestina do Sul onde automaticamente é a que mais ganha com os impostos pagos pelos mesmos.
Introdução
Para sabermos a razão da real existência do preconceito precisamos avaliar a história da construção do Nordeste e, como consequência, a ideia de ser nordestino. O preconceito antinordestino existe desde os tempos antigos, como expressão do racismo. A participação majoritária dos negros e mulatos na população do Nordeste, que contrasta com a hegemonia dos brancos no Sudeste e, em proporção maior, no Sul, reflete a história da escravidão e da imigração europeia no Brasil. Aí se encontram os fundamentos do preconceito tradicional antinordestino… Porém, o preconceito antinordestino atualizou-se aproveitando o próprio Regionalismo das elites do Nordeste. Após a origem no racismo puro e simples, o preconceito se disseminou e curiosamente passou a brotar de outras raízes: os migrantes começaram a ser vistos como a causa principal da pobreza nas metrópoles, quando na verdade contribuíam como mão de obra barata para o desenvolvimento destas regiões. A imagem que os sudestinos e sulistas têm do Nordeste passa pelo seguinte imaginário coletivo: analfabetismo, a miséria, a seca, o flagelado, homem rude e a mulher caipira, o nordestino é sinônimo de pobreza, baixa estatura, feio, moreno, sempre inferior e sempre aquela pessoa que tenta ir pra São Paulo ou para o Rio de Janeiro em busca de uma oportunidade de trabalho. No