Introdução à Antropologia

“A única ordem social legítima universalizável é aquela que se inspira em um princípio de comum humanidade, de comum socialidade, de individuação e de oposição ordenada e criadora.” ( Claude Alphandéry)

Poderíamos começar por vos dizer que a antropologia é a ciência que estuda o homem e a humanidade sob todas as suas dimensões. Ou mesmo que se trata de uma palavra de origem grega, formada por “anthropos” (homem) e “logos” (conhecimento). Mas, deste modo, correríamos o risco de vos levar a pensar que os antropólogos seriam apenas pessoas curiosas com as suas próprias raízes. Não! Não é isto que pretendemos!
Pretendo com este pequeno ensaio que fiqueis com uma pequena ideia que a antropologia batalhou pelo seu próprio lugar na comunidade das ciências. Não se trata de uma ciência inata mas sim de uma ciência que se foi desenvolvendo com a crescente evolução da sua própria razão de existir. Acredito que no início não passava de uma mera recolha de dados ou factos singulares que as outras ciências descuravam ou mesmo, negligenciavam, contudo, lentamente, esses resíduos vieram a tornar-se bem mais significativos do que aquilo que se poderia inicialmente imaginar.
Podemos começar por clarificar que a antropologia é um conjunto de estudos e pesquisas das formas e modos de organização social imanentes à sua condição humana. Esta ciência surgiu aproximadamente no séc. XI e foi desde muito cedo comparada à sociologia, já que as duas se encetavam em contextos sociais, intelectuais, económicos e políticos. Mas, se a sociologia se retratava como uma ciência da sociedade industrial, sociedade esta que prevalecia na época, a antropologia, com uma forte ligação ao aparecimento do capitalismo retratava-se ao universo das atividades sociais e culturais do ser humano na sociedade em si. Se analisarmos de um ponto de vista determinista, a sociedade consiste num grupo de indivíduos com capacidade para auto-reproduzir a sua existência coletiva em função de um sistema de regras a