Introdução a derivativos
1) Contextualização:
Este aborda a parte prática do mercado de derivativos, procura analisar e discutir diferentes operações em um mercado específico de derivativos. Como se sabe, derivativos são contratos cujos valores dependem dos valores de outras variáveis básicas. Por exemplo, um derivativo de dólar comercial tem o seu valor derivado do comportamento do dólar comercial à vista. Já um derivativo de DI deriva do CDI, e assim por diante.
Os derivativos foram criados para que os agentes econômicos possam se proteger contra riscos de oscilações de preços (o chamado hedge), mas são frequentemente utilizados em operações especulativas (onde há risco) ou de arbitragem (ganho sem risco). Este livro abordará os três casos.
Vários acontecimentos recentes na economia ilustram a importância da utilização de derivativos. A desvalorização do real em janeiro de 1999 talvez seja o mais dramático. Com o abandono do regime anterior de bandas cambiais, a cotação do dólar subiu mais de 65% entre 13 de janeiro de 1999 e o final daquele mês, provocando pesados prejuízos para importadores e empresas com dívida em dólar.
Essas perdas poderiam ter sido evitadas, se as empresas utilizassem derivativos de dólar para proteção contra o risco cambial.
Por outro lado, muitos especuladores, especialmente investidores estrangeiros, apostavam que o Banco central não conseguiria conter o ímpeto de saída de dólares do país, já que as reservas internacionais estavam se exaurindo a um ritmo acelerado, na medida em que se desconfiava da eficácia do regime de câmbio controlado. Esses players firmaram fortes posições compradas em dólar futuro. Já outros agentes, principalmente bancos nacionais de médio porte, acreditavam que o Banco Central seria capaz de conter esse movimento e aumentaram seu posicionamento vendido. Assim, no dia em que o câmbio foi liberado, muitas instituições quebraram e tiveram que ser socorridas pelo Banco Central, ao passo