Introdução de O Suicídio de Durkheim
Introdução
Parte I:
- Seria de supor universalmente conhecido o sentido da palavra suicídio pela freqüência que é usado nas conversas diárias, desta forma, era de se considerar supérfluo definir tal. Porém, o modo como definimos certos conceitos na linguagem do senso comum, muitas vezes são ambíguos, o que pode causar certas confusões, ao ponto de unirmos fatos diversos sob uma mesma realidade, ou fatos de uma mesma natureza receberem designações diferentes.
- Considera que o primeiro trabalho a ser feito é determinar a ordem dos fatos a serem estudados sobre o tema. Para tal, é necessário reunir um conjunto de mortes que tenham características próximas que fazem serem consideradas como sendo um suicídio.
* Característica comum/traço particular entre algumas mortes: “O fato de serem obra da própria vítima, de resultarem de um ato de autoria do próprio paciente”.
OBS: mesma idéia presente no senso comum. * Chama atenção ao fato de que a natureza intrínseca dos atos que levam a esse resultado não é muito importante.
Por exemplo: as pessoas tanto se matam por falta de alimento como com sua destruição pelo ferro e pelo fogo.
Isso quer dizer que a relação de causalidade por ser indireta, mas o fenômeno em sua natureza não altera. (***Chama atenção ao fato de que aquilo que leva ao resultado não tem muita importância, ou seja, isso quer dizer, que a relação de causalidade pode ser indireta, mas o fenômeno em sua natureza não se altera).
Isso nos leva a primeira formulação: “O SUICÍDIO É TODA A MORTE QUE RESULTA MEDIATO OU IMEDIATAMENTE DE UM ATO POSITIVO OU NEGATIVO, REALIZADO PELA PRÓPRIA VÍTIMA.” Essa é considerada uma definição incompleta, pois não faz distinção entre espécies de mortes bastante distintas. Por exemplo: a morte de uma pessoa alucinada que se joga de uma janela alta porque a julga perto do solo e de um homem em “estado normal” que se mata estando consciente.
*As causas das mortes situam-se muito mais fora de nós