O CONCEITO DE SUIC DIO EM DURKHEIM
Otávio Luiz Kajevski Junior2
Ana Rita Miranda de Carvalho
RESUMO
Na obra “O Suicídio”, Durkheim tem, basicamente, dois objetivos principais. Em primeiro lugar, afastar as interpretações do suicídio como fenômeno meramente individual, em favor da possibilidade de tratá-lo como fenômeno social. Em segundo lugar, levar a cabo uma análise do suicídio como fenômeno social, focando-se em suas causas. Assim, Durkheim toma o suicídio, não como objeto exclusivo da psicologia, mas como objeto de estudo também da sociologia. O presente artigo tem por objetivo apresentar ao leitor a análise sociológica que Durkheim faz do conceito de suicídio. Assim, dado que Durkheim dedica o Livro II de sua obra às “causas sociais e tipos sociais”, o artigo se foca neste livro, apresentando os três tipos de suicídio aí discutidos: o suicídio egoísta, o suicídio altruísta e o suicídio anômico.
Palavras-chave: suicídio egoísta; suicídio altruísta; suicídio anômico.
1 INTRODUÇÃO
Durkheim, na obra “O Suicídio”, propõe-se analisar o suicídio como um fenômeno social. No contexto desta análise ele constata coisas como, por exemplo, que os solteiros se matam mais do que os casados. Isto poderia soar banal se fosse dito como conclusão de um raciocínio qualquer. Mas, para Durkheim, o raciocínio por si só seria inútil. Tendo em vista que a sociologia estava apenas surgindo, o que significa que ela estava se separando da filosofia, a reflexão filosófica deveria ser deixada para os filósofos. À sociologia deveria caber a busca por objetividade e, de fato, a obra “O Suicídio” é, do início ao fim, pautada pelas estatísticas.
Para Durkheim, não são as estatísticas que devem confirmar ou não um certo raciocínio, mas o raciocínio é que deve surgir para explicar os dados estatísticos, sejam eles quais forem. Assim, por exemplo, poder-se-ia raciocinar que o casamento traz muitas atribulações às pessoas. Em um segundo momento, seriam apresentados, quase como um troféu