Intervenção no controle da pediculose: a divulgação científica a serviço da sociedade
Os piolhos humanos são ectoparasitos (parasitos externos ao corpo) pertencentes ao filo Artrópodes, classe Insecta, ordem Phthiraptera e subordem Anoplura. Possuem o corpo dividido em cabeça, tórax e abdômen, com três pares de pernas presas ao tórax. São ápteros (não possuem asas) e também não pulam de um hospedeiro para outro. A transmissão se dá através do contato direto com pessoas e/ou com o compartilhamento de fômites infestados (bonés, presilhas de cabelos, escovas, pentes, fronhas).
Na subordem Anoplura, apenas duas famílias apresentam espécies que parasitam o homem, todas são hematófagas e apresentam aparelho bucal picador-sugador retrátil. A família Pediculidae apresenta as espécies Pediculus humanus capitis De Geer, 1778, conhecido popularmente como “piolho da cabeça” e Pediculus humanus humanus Linnaeus, 1758, conhecido popularmente como “piolho do corpo ou muquirana”. Finalmente, a Pthiridae representada apenas pelo Pthirus pubis Linnaeus, 1758, o piolho da região pubiana conhecido popularmente por “chato” (Barbosa & Pinto, 2003).
As parasitoses e suas conseqüências.
Cada espécie de piolho diferencia-se das outras em diversos aspectos, dentre os quais, o local em que se alojam e fazem a postura de seus ovos que são conhecidos popularmente por “lêndeas”, sobre o corpo humano. A infestação por piolhos e ovos denomina-se pediculose (piolho da cabeça e do corpo) e ftiríase (piolho da região pubiana). A seguir, serão descritas mais detalhadamente as parasitoses e suas conseqüências sobre a saúde humana. Iniciaremos pelo piolho do couro cabeludo, pois este parasito é o mote da nossa pesquisa.
O Pediculus humanus capitis aloja-se no couro cabeludo, preferencialmente na região da nuca e atrás das orelhas, devido às condições de temperatura e umidade ideais desses micro-ambientes.
Apesar de todo avanço científico e tecnológico, a infestação por Pediculus humanus capitis é uma das parasitoses mais freqüentes na infância.