intertextualidade e parodia de poema
A intertextualidade se dá quando há uma referência explícita ou implícita de um poema em outro. Também pode ocorrer com outros tipos de texto além de aparecer em músicas, pinturas, filmes e novelas. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextualidade. Apresenta-se explicitamente quando o autor informa o objeto de sua citação. Num texto científico, por exemplo, o autor do texto citado é indicado, já na forma implícita, a indicação é oculta. Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as. Há duas formas: a Paráfrase e a Paródia.
Texto Original
VISITA À CASA PATERNA
Luís Guimarães Júnior
Como a ave que volta ao ninho antigo, depois de um longo e tenebroso inverno, eu quis também rever o lar paterno, o meu primeiro e virginal abrigo.
Entrei. Um gênio carinhoso e amigo, o fantasma talvez do amor materno, tomou-me as mãos — olhou-me grave e terno, e, passo a passo, caminhou comigo.
Era esta a sala (oh! se me lembro! e quanto!) em que da luz noturna à claridade minhas irmãs e minha Mãe... O pranto
jorrou-me em ondas... Resistir quem há de?
Uma ilusão gemia em cada canto, chorava em cada canto uma saudade.
Paródia
VISITA AO TESOURO
Como um’ave que volta ao ninho antigo, depois de fazer muito desaforo, eu quis também rever este Tesouro, o meu primeiro e virginal abrigo.
Entrei. Um gênio pérfido e inimigo era maldoso, num choro, por entre ratos e gambás em coro, tomou-me as mãos, e caminhou comigo.
Aqui, outrora... (oh! se me lembro e quanto!) houve muito dinheiro acumulado!
E hoje, Papai, nem um vintém... O pranto
jorrou-me em ondas... Meu tesouro amado!
Um compadre comia em cada canto, comia em cada canto um emboscado.