Interpretação de "Balõezinhos" e "Camelôs"
Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas
Curso de Letras
Barbara Andrade de Rossi nºusp: 8027943
Ensaio interpretativo de Manuel Bandeira:
“Balõezinhos” e “Camelôs”
Trabalho Final de Literatura Brasileira I 3º semestre- Prof. Alcides Villaça
Período matutino (08:00hrs-10:00hrs)
São Paulo 2013
Bandeira: A simplicidade como seu legado
Teu verso límpido, liberto de todo sentimento falso; teu verso em que Amor, soluçante, se retesa e contempla a morte com a mesma forte lucidez de quem soube enfrentar a vida
Carlos Drummond de Andrade
Há, por alguma ironia do destino, alguns homens que nascem marcados pelo nome. Na poesia de nossa língua materna já contém no sobrenome de Fernando Pessoa a característica mor de sua poética, que lhe outorgou o alto panteão: os heterônimos, as personas, personæ. Já em terras de Brasil temos um poeta que leva todas as cores de seu país – e de sua poética – sintetizadas também em sobrenome: é o caso do Bandeira. Manuel (1886-1968) só poderia ter vindo do local mais rico em arte e cultura de nossas terras: o Nordeste Brasileiro. Recifense, “bem nascido” em berço de abastada família de proprietários rurais, advogados e políticos, começou a dar, desde cedo, os primeiros passos em direção à escrita literária. Seu primeiro livro, “A Cinza das Horas”, foi publicado em 1917 numa edição de 200 exemplares custeada por ele mesmo. A partir de então, posso dizer que nossa literatura brasileira ficou cada vez mais enriquecida e saborosa diante de toda a obra do nosso poeta da Simplicidade. Talvez a primeira comprovação que temos está no convite a compartilhar da Semana de Arte Moderna de 1922, da qual o poeta não quis participar (uma pena para os que já eram amantes de sua poesia e para os que se apaixonariam pela sua arte à primeira vista), mas gentilmente deixou seu poema “Os Sapos” para ser lido na voz de Ronald de Carvalho. Comumente