Internet e Democracia: Indivíduo, Tecnologia e Poder
Demétryus Rodrigues Guajará
Graduando em Filosofia
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
Resumo
As novas tecnologias da informação, em especial a internet, trazem consigo uma questão inerente ao poder e a constituição do indivíduo enquanto ser: em que nível o homem é atingido pela inteligência coletiva e até que ponto esta interferência lhe permite a atuação, enquanto cidadão, em uma esfera de participação democrática? O presente artigo visa tratar do tema tanto em um âmbito de relação entre o cidadão e o governo, quanto entre o homem e o poder, supostamente descentralizado, defendido por Pierre Lévy.
Introdução
Uma das discussões que pode-se levantar em tempos de adequação ao novo modelo social ocidental, que se apresenta como um sistema que mescla o real e o virtual sincronizadamente, é o vigor da internet em explorar um modelo já estabelecido, ao passo que este modelo também estabelece uma relação de integração com o circuito virtual ao implementar um novo tipo de democracia. Um dilema interessante a ser abordado.
Além disso, temos também um outro viés para a mesma discussão, ou seja, além da concepção mais imediata, num sentido pragmático, temos também a questão de como o indivíduo se apresenta ou se constrói perante a nova forma de se relacionar com o mundo e os outros indivíduos. Esta é uma questão que interfere diretamente na maneira como se forma a relação do homem com o sistema de poder ao qual se subjuga e como se dá a relação entre governantes e governados.
O espaço virtual
A internet trouxe um novo paradigma para a discussão acerca do real. Pierre Lévy, em obra homônima, discursa sobre o termo cibercultura, além de conceitos de ciberespaço, este último já comentado com mais freqüência em tempos atuais. A