Interesses sociais e a física orgânica de 1847

Universidade Federal da Bahia. Universidade Estadual de Feira de Santana. Programa de Pós-graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências.

Disciplina: Teoria e Métodos em História e Filosofia das Ciências Módulo: Introdução à História das Ciências Professor: Olival Freire Aluna: Daniela da Silva Rocha

Lenoir, T. Interesses sociais e a física orgânica de 1847. In. Instituindo a ciência: a produção cultural das disciplinas científicas. Editora Unisinos, 2003.

Timothy Lenoir, professor de História e presidente do Programa de História e Filosofia da Ciência da Universidade de Stanford. No livro de divulgação científica Instituindo a ciência: a produção cultural das disciplinas científicas tem o objetivo de abordar as práticas científicas através das instituições, para tanto se vale de aspectos da filosofia da ciência, sociologia da ciência e história da ciência. No terceiro capítulo, especificamente, Interesses Sociais e a Física Orgânica de 1847, Lenoir apresenta um capítulo importante da História das Ciências – a instituição da Fisiologia Experimental. Para tanto faz uma abordagem predominantemente externalista da história, na qual apresenta os interesses externos que influenciaram na ascendência dessa especialiddade. O autor vê na ascensão da fisiologia experimental que aparentemente era uma especialidade que não oferecia benefícios imediatos à sociedade uma intersecção de interesses tanto internos quanto externos ao sistema. De um lado o mercado competitivo entre cientistas buscando espaços privilegiados (status) e de outro os interesses do Estado – controle social, interesses econômicos e objetivos culturais mais amplos. Segundo Lenoir, a ascensão meteórica da fisiologia experimental entre os anos de 1850 e 1870 está associada à condição dos físicos orgânicos de porta-vozes da burguesia industrial emergente. Essa condição, inclusive, era uma prática comum para os intelectuais