INTERDISCIPLINAR 1

A música se faz presente na vida dos seres humanos desde os princípios dos tempos. Ela se manifesta de forma diferente em cada cultura, sendo assim, aplicada para diversos fins (MONTEIRO E FERMOSELI, 2014). Segundo Bréscia (2009), ela pode ser considerada um fator importante na construção da personalidade, podendo contribuir na cura de doenças, quando utilizada por um terapeuta capacitado. Desde os primórdios, os homens procuram pela cura dos males tanto do corpo como do espírito. Acreditava-se que a música possuía um poder curativo, capaz de mandar embora o espírito mau que adoecia o corpo, além de recompor as relações humanas que foram afetadas por esse espírito (COSTA, 1989). No Brasil, muitas tribos indígenas costumam utilizar estas "músicas de cura", por acreditar que este ritual irá expulsar os maus espirítos (RUUD, 1990). Para os povos gregos, a doença significava um desequilíbrio entre os elementos que formam o ser humano. Através de sua ordem e harmonia, a música possibilitava um domínio das emoções e a alteração do estado de espírito, além de promover catarse. Os gregos concediam uma expressão a cada modo rítmico e melódico. Esses modos eram ajustados de maneira que pudessem propiciar a mudança do estado de espírito, o domínio das emoções e a catarse (VARGAS, 2012). Já na Idade Média, com a propagação do cristianismo, o uso médico da música é deixado de lado e sua função torna-se exclusivamente religiosa. A Igreja Católica passou a regular e ditar a forma como poderia se fazer música, já que reconhecia o poder da música sobre o comportamento humano e temia esse poder. Assim, ela só permitia aquela que seria suave e inspiradora de devoção do ouvinte, por meio de consonâncias perfeitas (COSTA, 1989). Tempos depois, no século XVIII, muitas novas epidemias acontecem. Neste período, a loucura, que antes era considerada possessão demoníaca ou caso de bruxaria, passa a ser compreendida como doença mental. A música, que já tinha voltado a fazer parte das