Interações medicamentosas
A morfina é um alcaloide natural extraído da planta Papaver somniferum, vulgarmente designada papoila do Oriente ou papoila dormideira. O ópio (do grego ópion, “suco de papoila”) é o suco obtido da papoila Papaver somniferum, 25% do peso do qual são alcaloides. O ópio foi conhecido por milénios para aliviar a dor e a sua utilização para a analgesia cirúrgica foi lembrada por vários séculos. Os Sumerianos, uma das civilizações mais antigas, já utilizavam a base da flor da papoila para preparar o ópio, há cerca de 6.000 anos.
As primeiras referências ao uso do ópio já se encontravam nos escritos de Teofrasto, filósofo grego, no século III a. C. e Homero indica o seu uso por Helena de Tróia, não só para anular as dores, como também para melhorar o humor. Mas a primeira descrição do ópio e dos seus efeitos deve-se a Garcia de Orta, nos "Colóquios dos Simples e Drogas e Cousas Medicinais da Índia", editado em Goa em 1563. Em 1803, a morfina foi isolada pela primeira vez por um alemão, assistente de farmacêutico, Friedrich Wilhelm Adam Sertürner (1783-1841).
Aos 21 anos de idade conseguiu isolar uma substância cristalina do ópio, a que inicialmente chamou de “principium somniferum”, devido ao seu forte poder narcótico, provocando distúrbios na consciência, entorpecimento, sono e perda dos sentidos. Mais tarde chamou-lhe
“Morphium” em honra de Morfeu, o deus dos sonhos na mitologia grega. Sertürner influenciou significativamente a transformação da química farmacêutica, lançando as bases de uma nova classe de fármacos, os Alcaloides. O ópio usou-se em terapêutica até há pouco tempo, como analgésico e antidiarreico, mas foi abandonado por não apresentar vantagens em relação aos seus alcaloides purificados e derivados de síntese. A síntese da morfina é um processo difícil e oneroso, ao contrário do seu isolamento do ópio, pelo que toda a consumida em terapêutica é de origem natural.
PROPRIEDADES
Fórmula molecular: C17H19NO3