Inserção da mulher na sociedade
O papel da mulher através dos tempos e no século XXI, deve ser compreendido e enfrentado no seu contexto histórico, económico, político e social.
Sempre a história se referiu à mulher como sendo um ser frágil, digna de pena e protecção, deixando espalhada por toda a parte a sua inferioridade física a sua inferioridade intelectual.
Sempre houve dificuldade em entender o corpo feminino, embora diferente do corpo masculino, apenas e simplesmente como um corpo humano. Já Aristóteles in “Da
Geração dos Animais” afirmava : - “ A sua inferioridade física em relação ao macho é manifesta”! A inferioridade física justifica a inferioridade intelectual conduzindo à exclusão das mulheres dos assuntos públicos quer sejam civis, militares ou eclesiásticos.
A mulher é vista pela história ocidental como um ser da natureza e não como um ser cultural. Sobre esta visão da mulher, tem a religião grande responsabilidade. Falar da condição feminina passa por falar de religião e pela concepção de um sagrado quase exclusivamente masculino.
A escolástica foi responsável pela unidade europeia, que comungava a mesma fé, e dava resposta às exigências da igreja; - aprofundar a dialéctica individual necessária a qualquer religião e manter-se como única guardiã dos valores espirituais e morais de toda a Cristandade. A vida monástica constituía as universidades da época que fabricavam, em exclusivo, as reflexões acerca da origem do mundo e da sociedade e do estado que se difundiram por toda a Europa. O pensamento escolástico teve dois grandes pensadores separados por 10 séculos; - Agostinho de Hipona (séc. IV) e; Tomás de Aquino (séc. XIII); as mulheres, excluídas da vida eclesiástica, estavam, objectivamente, excluídas destas reflexões. A igreja exerceu durante séculos a maior violência contra a humanidade; - A de silenciar a mulher, mantendo a ideia de que a mulher é um ser da natureza e não cultural – violência tão silenciosamente infligida