Inpiraçoes
(Álvaro de Campos)
Fernando Pessoa
Não sei quem sou, que alma tenho. Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo. Sou váriamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)... Sinto crenças que não tenho. Elevam-me ânsias que repudio. A minha perpétua atenção sobre mim perpétuamente me ponta traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha, nem ela julga que eu tenho. Sinto-me múltiplo. Sou c omo um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas , uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas. Como o panteísta se sente árvore e até a flor, eu sinto-me vários seres. Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente, como se o meu ser participasse de todos os homens, incompletamente de cada, por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço."
Fernando Pessoa
"Às vezes é muito difícil explicar por que as pessoas fazem o que fazem...com frequência, a conclusão é que não há explicações simples, pois a vida do ser humano é muito complexa.Considero extremamente difícil tentar descobrir como funciona a mente de cinco bilhões de pessoas, Seria uma tarefa impossível. (...) são muitos os factores que contribuem para um dado acontecimento ou situação..."
" Os valores sociais da nossa sociedade, que se manifestam em guerras inacabáveis, corrupção, leis agressivas, camadas sociais, superstições irrelevantes, destruição do meio ambiente e uma classe dominante opressora e socialmente indiferente, são fundamentalmente o resultado da ignorância coletiva. Todos os sistemas; seja o conhecimento, a sociedade, a tecnologia, a filosofia ou qualquer outra cri ação passará, quando não for inibida, por