Inovações replublicanas
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No final do Império e começo da República, houve uma grande movimentação de idéias importadas da Europa que foram mal absolvidas pelo Estado e que se misturaram, causando uma grande confusão ideológica. O rápido avanço nos valores burgueses, a ânsia da acumulação de riquezas, onde até a política foi dominada pelas finanças, é o resultado do chamado Liberalismo, que ordenou princípios e valores desde o século XIX.Na Constituição de 1891 pouco foi acrescentado no que se refere aos direitos civis. Houve inovações republicanas nos direitos políticos, como a eliminação da exigência de renda, mas pouco se fez em termos de expansão destes direitos.
A exigência da alfabetização, introduzida em 1881, foi uma barreira para expansão do eleitorado. Esta obrigação (fornecimento da instrução primária) foi deixada de lado e transformada num instrumento controlador isenta de violência física. Além deste tipo de controle, houve também como forma de manipulação, a divulgação dos dogmas religiosos, em beneficio as classes dominadoras e o clientelismo que previa uma dependência econômica do subalterno com o proprietário de terra. A cidadania política, que não era natural, fazia parte de uma ordem liberal antidemocrática e resistente à democratização.
O Brasil do início do século XX vivia numa tensão que se situava entre o público e o privado. A busca da construção simbólica da identidade política nacional somente poderia ser avaliada em razão da harmonia do pensamento social, que buscava entender a origem da política brasileira, suas transformações e como assumia suas características próprias e do imaginário político, que era envolto com uma gama de valores, crenças, idéias e comportamentos, ou seja, uma "comunidade de sentidos".
A política brasileira, com sua tradição dicotômica, é representada por um Brasil real, descentralizado, patriarcal, familista, clientelista, oligárquico e um Brasil legal, de uma sociedade urbano-industrial, onde o poder era centralizado pelo Estado,