Inovação
Foi um vietnamita Thai Quang Nghia quem trouxe a ideia da papete feita de pneu para o nosso mercado.
Nghia chegou ao Brasil, em 1979, de forma pouco convencional: foi resgatado por um navio da Petrobrás após ter fugido, sem rumo, do Vietnã, em uma canoa, e passado 3 dias à deriva. Ele passou a morar em São Paulo e, na década de 1980, por ter recebido bolsas como pagamento de um empréstimo feito a um amigo, começou a vendê-las em lojas, de porta em porta. Ele também começou a fabricar as bolsas que vendia e, assim, criou a empresa Domini.
A partir de 2000 Nghia começou a produzir também calçados. Mais tarde, em 2003, resolveu fazer uma viagem ao Vietnã e outros países para rever parentes e buscar ideias para criar um novo produto. Nessa viagem ele reencontrou suas raízes e visitou museus. Foi então que teve a ideia de introduzir no Brasil as papetes no estido das sandálias dep ( pronuncia-se iép). Essas sandálias eram usadas pelo exército vietnamita durante a guerra eram feitas de pneus de veículos destruídos e ainda hoje são utilizadas pela população no Vietnã.
No entanto, Nghia sabia que seriam necessárias algumas adaptações, pois as papetes originais eram muito rústicas. Ele trabalhou durante três meses e finalmente, em outubro de 2003, teve seu primeiro calçado produzido. Estava lançada a marca Yepp – uma coleção de sandálias, papetes, tênis, bolsas e mochilas todas produzidas com material reciclado ( pneus de carros e lonas de caminhões).
Em pouco tempo a marca conseguiu despertar o interesse do mercado e ter seu calçado presente em grandes redes e lojas de departamentos.
O Carnaval do Nordeste também foi uma ótima oportunidade de sucesso. Foi lá que a marca conseguiu, nessa primeira fase, mais facilidade de penetração. Confortáveis e de preço acessível, as sandálias foram muito bem aceitas e, em 2004, 75% das vendas das papetes concentravam-se nessa região. Em São Paulo