INOVAÇÃO
Para empresas de países em desenvolvimento, a estratégia de internacionalização representa o marco divisório entre o crescimento e a estagnação. O processo depende de algumas condições propícias e facilitadoras. Do lado do governo, de infraestrutura; do lado das empresas, de inovação, o texto apresenta dois casos de empresas brasileiras internacionalmente bem-sucedidas e mostra que a causa principal desse sucesso foi à criação de massa crítica tecnológica inovadora.
As vantagens comparativas de um país em desenvolvimento, que, no passado, contribuíam para a competitividade de suas exportações, clima ameno, mão-de-obra barata, matérias-primas abundantes e grande extensão territorial, não mais sustentam essa capacidade no mercado internacional. Atualmente, o que importa são as vantagens competitivas ou diferenciais, construídas e mantidas à custa de inovação em produtos, processos, serviços ou na forma de organizar os negócios.
Em processos de internacionalização, a grande diferença será o comprometimento dos governos para implantar uma infraestrutura composta de universidades, institutos de pesquisa e escolas técnicas que possam apoiar as inovações geradas. Deve ainda oferecer condições econômicas favoráveis por meio de financiamentos a juros mais baixos, da concessão de incentivos fiscais e da promoção do capital de risco, que possam atenuar o risco tecnológico inerente a esse processo. Mesmo adotando políticas de industrialização baseadas no processo de substituição de importações, alguns países do sudeste asiático, mostraram rotas distintas de desenvolvimento em comparação com os países latino-americanos, como resultado de diferentes condições institucionais e macroeconômicas, e também de políticas públicas divergentes. Os primeiros tiveram uma visão voltada para o mercado externo e motivação para criar capital humano e capacitação tecnológica local, de modo a aumentar o valor agregado de seus produtos para exportação.