Inocência - Alfredo d'Escragnolle Taunay
Sertão de Santana do Paranaíba, 1860. Pereira ( Martinho dos Santos Pereira ) vive na fazenda com Inocência, sua filha de 18 anos. Seu pai exige-lhe obediência total, num regime antigo e educada longe do mundo. Escolhe para ela o noivo, Manecão, um homem criado no sertão bruto, de índole violenta.
Maria Conga é uma preta, escrava de Pereira. Tico é o guarda da moça Inocência, bastante fiel apesar de ser mudo. Um dia, Pereira encontrou-se com um rapaz que percorria os caminhos do sertão a medicar. Havia feitos estudos no colégio do Caraça e iniciado Farmácia em Ouro Preto. Chamavam-no de "doutor", título que não menosprezava. Seu nome era Cirino Ferreira dos Santos ( Dr. Cirino ).
Inocência estava doente de "uma febre braba" e o "doutor" curou-a . Os dois apaixonaram-se mais tarde: eram demasiados os cuidados que o "doutor" tinha para com ela. Amavam-se às escondidas e o laranjal era local de encontros proibidos. Pensavam que ninguém poderiam desconfiar... mas Tico, o anãozinho mudo, estava atento... Nesse ínterim, Pereira andava é desconfiado do Dr. Meyer, um caçador de borboletas, que por lá aparecera!
Desconfiava a tal ponto que o ilustre entomólogo passou a ser "persona non grata". Dr. Meyer tinha por objetivo descobrir espécimes novos para museus europeus. Respeitava com muito carinho e muita atenção a bonita Inocência. José Pinho (Juque), ajudante de Dr. Meyer, explicava a função de seu patrão: procurar insetos. E isso durante quase dois anos...
Garcia, leproso, aparece na fazenda do Sr. Pereira. Quer falar com Dr. Cirino. O "médico" diz-lhe que a doença e incurável e contagiosa.
Inocência foi maltratada pelo pai, quando este soube de seu amor com o doutor. Foi atirada contra a parede. Resistiu e jurou não se casar com Manecão, o sertanejo violento. Mas o pai – Sr. Pereira – achou que a filha estava de "mau olhado", por causa do Dr. Meyer.
E encontrou uma solução: ele ou Manecão mataria o intruso alemão. Dr. Meyer não deu