Inicialmente nós temos o eu
Depois ele fala da bravura dos marinheiros que cantam glorificando suas pátrias ou os versos de Homero ou ainda canções do passado, que desvendam os mares no qual Ulisses velejou e de como se tornam apenas filhos do mar.
Mas então o eu–lírico descobre o que há no interior do navio. E então ele passa a cantar a horrorosa cena que vê de homens, mulheres e até crianças, “negras como a noite”, que dançavam como ordenava o chicote do capitão, provocando um horrível barulho. O eu–lírico, então, passa a descrever esses tripulantes: mulheres nuas, espantadas e com os seios suspensos; as crianças magras, com as bocas pretas suplicando por comida; os homens que dançam conforme o chicote e os velhos que se arquejam também com a mesma dor. E diante dessa cena os marinheiros e o próprio capitão riem-se e dão continuidade àquele horror.
Depois de ver tal cena o eu–lírico se questiona por que Deus não interfere, por que os astros e o mar, o imenso mar, não apagam aquelas cenas. E ainda se questiona de quem são esses homens negros. A resposta é que são homens antes livres, bravos, que viviam em tribos andando nus, combatiam tigres e eram guerreiros gloriosos, mas agora eram míseros escravos. E os outros eram lindas crianças que depois mais lindas virgens se tornavam e agora eram mulheres desgraçadas, sedentas, abatidas e enfraquecidas, que carreavam no colo seus filhos que viam leite se transformar em choro junto às algemas que os prendiam a todos.
O eu–lírico canta depois a mudança da vida destas pessoas. Fala como deram adeus aos amores, ao sono sem compromisso, às guerras que travavam pelo seu povo, às caças aos animais e à liberdade;